Acessibilidade na habitação: como criar projetos inclusivos
Pequenas mudanças podem mesmo fazer a diferença. Um projeto de habitação inclusivo responde a esta necessidade: são “pequenos” pormenores que facilitam e proporcionam melhor qualidade de vida. Quando falamos de acessibilidade numa casa falamos em tornar o espaço acessível a todos, sem exceção.
Mais do que cumprir a legislação em vigor, garantir a acessibilidade na habitação é uma forma de equidade e também de prever situações futuras.
Vamos mergulhar no mundo da acessibilidade na habitação e descobrir como fazer a diferença na vida das pessoas?
A acessibilidade na habitação refere-se à capacidade de uma residência ser utilizada e desfrutada por todas as pessoas, independentemente das suas capacidades físicas e/ou cognitivas. Uma habitação acessível é projetada para permitir que os seus moradores e visitantes se possam mover com facilidade, realizar tarefas diárias e desfrutar de todos os espaços e funcionalidades.
Por isso, uma habitação acessível implica que não existam barreiras arquitetónicas e que sejam implementadas soluções que atendam às necessidades de pessoas com diferentes graus de mobilidade, como as que usam cadeira de rodas, bengala, muletas ou que têm outras limitações físicas. Além disso, tem em conta as necessidades de pessoas com limitações visuais, auditivas e cognitivas.
A acessibilidade na arquitetura é baseada num conjunto de princípios fundamentais que orientam o design e a construção de espaços:
Sem dúvida! A acessibilidade na habitação desempenha um papel fundamental na promoção da igualdade, inclusão e, acima de tudo, na qualidade de vida.
Se, por um lado, habitações acessíveis permitem que pessoas com algum tipo de condicionante possam viver de forma independente, melhorando a sua qualidade de vida (através de maior autonomia, conforto e segurança), estas habitações também têm em conta o envelhecimento da população e a realidade futura. Idosos frequentemente enfrentam desafios de mobilidade e podem beneficiar de casas adaptadas a estas necessidades. Serão casas projetadas com um pensamento no futuro.
Além disso, importa referir que a acessibilidade pode aumentar o valor de uma propriedade, uma vez que esta se torna mais atrativa para um público mais amplo. Por fim, não podemos esquecer a conformidade legal. Em Portugal, assim como noutros países, a acessibilidade nas habitações é regulamentada por leis e normas de construção.
Portanto, criar habitações acessíveis não é só uma questão de cumprir regulamentos legais. Trata-se de um investimento no bem-estar e na construção de uma sociedade mais equitativa.
Garantir a acessibilidade num projeto de construção residencial requer atenção cuidadosa ao design e à escolha de materiais. Por isso, a melhor forma passa por contratar um arquiteto para ajudar a resolver estas questões. O arquiteto, pela sua formação e experiência, é o profissional que está a par das novas tendências, novas técnicas e processos de construção e tem um potencial criativo sem limites. Também está informado dos novos materiais que vão surgindo no mercado, e assim orientará de forma mais clara e económica todas as opções.
Estas são algumas diretrizes e práticas para garantir a criação de um projeto residencial inclusivo:
1.Planeamento e consultadoria
É o primeiro passo. O processo deve começar por uma conversa com especialistas em acessibilidade, nomeadamente arquitetos especializados ou profissionais em reabilitação. Aqui serão tidas em conta as necessidades e preferências dos moradores, sejam idosos, pessoas com necessidades especiais ou famílias com crianças.
Pode começar por falar connosco! A nossa equipa está habilitada a corresponder a esta necessidade.
2. Garantir que todos os espaços são acessíveis
Desde a entrada da casa aos corredores e espaços comuns, sem esquecer a cozinha, as casas de banho e os quartos. Todas as áreas e divisões devem ser pensadas, projetadas e concretizadas para serem acessíveis.
Por exemplo, a entrada da casa pode ser acessível com uma rampa suave ou uma plataforma de entrada nivelada para permitir a entrada de cadeiras de rodas ou carrinhos de bebé.
Os corredores devem ser amplos para permitir a circulação livre. Os pisos escorregadios devem ser evitados, uma vez que representam risco de queda.
Na casa de banho, deve equacionar pelo menos uma solução acessível com espaço para manobras de cadeira de rodas e a instalação de uma base de chuveiro sem degraus.
Nas áreas externas, como jardins e varandas, deve optar-se por caminhos largos e bem iluminados, com a instalação de corrimãos onde necessário.
3. Pensar adequadamente na iluminação
A iluminação de todos os ambientes deve ser adequada, minimizando sombras que possam dificultar a visão. Além disso, há outro detalhe a ter em conta: os interruptores devem ser de fácil alcance e as tomadas podem ser protegidas para impedir o acesso de crianças.
4. Ter em conta a flexibilidade e adaptação
O planejamento do espaço deve ser flexível, permitindo futuras adaptações para atender a necessidades evolutivas. Certifique-se que as portas e passagens permitam a entrada de equipamentos de assistência, como cadeiras de rodas elétricas.
Principalmente em construção nova, é fundamental equacionar o futuro. Este é um processo que começa ainda com o projeto. Se vai fazer casa nova, este artigo de blog com 5 dicas preciosas é para si!
Em Portugal, a acessibilidade na habitação é regulamentada por leis e normas específicas, como o Decreto-Lei nº163/2003, que estabelece as condições de acessibilidade e as regras de construção a serem seguidas para garantir a acessibilidade em edifícios públicos e habitações.
Há alguns incentivos promovidos pelo Governo para a realização de obras de adaptação de habitações com o objetivo de as tornar mais acessíveis. Isto pode incluir a instalação de rampas, elevadores ou outras adaptações necessárias.
Um exemplo é o Programa Acessibilidades 360º - Intervenções em Habitações, promovido pelo Instituto Nacional para a Reabilitação.
Em Portugal é promovido o conceito de Design Universal ou Desenho para Todos, o que significa que as habitações devem ser projetadas de forma a atender às necessidades do maior número possível de pessoas, independentemente da idade ou capacidades.
Este é um conceito refletido nas diretrizes de planeamento urbano e construção e que no OBRA ATELIER valorizamos.
Não é apenas um pormenor. É um fator que pode fazer a diferença no conforto e na qualidade de vida da sua habitação.
Ficou esclarecido sobre o que consiste a acessibilidade na habitação e as suas vantagens? Caso tenha dúvidas ou pretenda mais informações, contacte a equipa do Obra Atelier, uma equipa especializada de arquitetos que o irão orientar para a melhor opção. Gostou deste artigo? Pode seguir-nos no Instagram, no Facebook e no Pinterest para ficar a par de todas as novidades relacionadas com arquitetura, design, interiores e construção.